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Arte em crochê com cara de brinquedo
Publicado em 1 de janeiro de 2014 Por Fios Ideal
Categoria: Todos os Posts, Trabalhos Espetaculares
Ela trocou a engenharia ambiental por aquela inquietação que nunca se sabe, ao certo, de onde vem. Prestes a concluir a graduação na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp), campus Sorocaba, a paulistana Andrea Loyola se perguntou; “será que eu gosto do que eu faço? Será que vou querer fazer isso nos próximos 40 anos?”. A resposta foi não. E a saída foi tentar dar formas e cores a sua inquietação criativa. “Sempre gostei de criar e tudo o que podia fazer de presente com as mãos eu fazia”, conta a artista, que foi procurar cursos para descobrir com o que mais se identificava, e acabou se encantando com o estudo de ilustração.
O processo de mudança profissional não foi fácil. “Sabia o que queria, mas não conseguia traduzir no papel. Quando relaxei, criei minha primeira personagem”, lembra a artista, se referindo a sua primeira criação, chamada de A Menina do Chiclete. A personagem, aliás, diz muito sobre a identidade artística de Andrea, cujos traços delicados, a presença de animais e as cores de “doces” (que remetem a chicletes, balas, pirulitos, cupcakes), criam uma paisagem onírica. “Crio para fugir dessas coisas do mundo. Tento passar um pouco de alegria.”
Depois de dois anos nessa busca, quis o destino ainda que Andrea tivesse mais uma mudança: na procura por um espaço maior, para conseguir manter sua casa/estúdio, acabou vindo para Sorocaba, onde está instalada desde setembro. “Foi acontecendo, nunca pensei em voltar para Sorocaba, mas a vida me trouxe para cá”, explica ela, cujo contato com a cidade era apenas quando estudava no campus local da Unesp, mas voltava para São Paulo.
Fazendo arte
Devidamente instalada na cidade – e com o espaço que precisa – a mente criativa da artista não para, e nem a produção. Além das ilustrações – que parecem digitais, mas são feitas, minuciosamente, à mão -, a artista ainda desenvolve Toy Arts feitas com crochê. O toy art é, em síntese, uma “tela” em três dimensões para artistas e designers expressarem sua arte. É uma manifestação contemporânea que se apropria do brinquedo para mesclar design, moda, grafite, arte.
A artista conta que a técnica do crochê, aliás, foi desenvolvida por ela mesma, que há pouco tempo nem sabia manusear uma agulha. “Tinha uma necessidade de tridimensionalizar os meus personagens, então comecei os Toy Arts. Comecei com tecido, mais gosto mesmo é de textura. Nunca havia feito crochê, daí encontrei um livro e comecei a pesquisar.” Andrea não encontrou outra pessoa que fizesse toys de crochê, e começou a se dedicar ao projeto, cujos personagens, em sua maioria, são animais: paixão da artista que divide o apartamento com suas obras e gatos.
Andrea leu tutoriais na internet e treinou até as mãos ficarem destruídas. Depois de tanto empenho e bagagem, começou, ela mesma, a criar suas próprias receitas. “Tenho dois livros de receitas minhas para crochê, e estou trabalhando metodologias para o ensino delas”, adianta a criativa, que pensa em publicar essas obras.
Como as texturas fazem parte de suas criações – nos próprios quadros há relevos sobre as cores de doces -, o próximo passo da artista é aprender a trabalhar com cerâmica, para fazer esculturas dos seus personagens, “tudo através de tutorial”, afirma.
Andrea, que participou do projeto Ocupação Jovem (criado pela Prefeitura com a proposta de valorizar o artista de Sorocaba), começa a conhecer e ser conhecida pelo seu trabalho na cidade: recentemente finalizou sua primeira Toy Art inspirada em um personagem do folclore popular: um saci para a Cia. Tempo de Brincar. E já tem agendada uma exposição em Sorocaba, na Urban Arts, para o ano que vem. Em abril, faz uma exposição individual em Los Angeles. Aliás, tem muitos clientes no exterior. “Tenho ainda interesse em trabalhar com livro infantil”, planeja. Para conhecer o trabalho de Andrea, acesse www.lilypuka.com.
Fonte: http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia/522089/arte-em-croche-com-cara-de-brinquedo